sexta-feira, 30 de outubro de 2009

RELEITURA DE UMA EXISTÊNCIA


Aos 81 anos, Thereza Brunnet volta a expor sua pintura geométrica, após oito anos de ausência em Releitura de Uma Existência na Sala José Cândido de Carvalho. até 9 de novembro. Discípula de Vasarely e aluna de Ivan Serpa, a artista carioca, radicada em Niterói, mostra trabalhos feitos com canetas esferográficas de duas cores privilegiando os tons de azul, em suportes variados como o eucatex e o acrílico..

O fio condutor da trajetória de Thereza Brunnet pode ser buscado pelo espectador nesta exposição. É uma síntese que une diferentes momentos da artista que começou a pintar no início da década de 70, na liberdade ilimitada que a arte traz em si, em revelar, de maneira cifrada e sutil.

Como aluna de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna, formalizou seu acesso ao circuito de arte do Rio, interagindo com uma geração de artistas que escrevia as linhas da história da arte concreta carioca. Na convivência e no aprendizado com Abelardo Zaluar, revelou-se aos poucos uma artista singular, destacando-se em inúmeras e significativas mostras nacionais e internacionais como a XXII Bienal de São Paulo e a Bienal do México.

Admiradora da obra de Victor Vasarely, precursor da “plástica do movimento”, a artista optou por cores inesperadas que parecem provocar um diálogo totalmente inusitado no movimento rítmico de suas linhas. Em outro momento, suas pinturas recentes esquecem o compromisso de ruptura com a representação , e trazem a tona um universo encantado e esotérico, que acompanha a artista desde a sua juventude, e que é libertado de seu imaginário ganhando uma existência mágica através da pintura.

“Comecei quase ao acaso. Falava ao telefone ao mesmo tempo em que rabiscava num bloco os desenhos que se tornariam obras geométricas. Hoje trabalho com as cores, isolando cada bloco preenchido pela tinta com durex e auxiliada por uma régua escolho os traços. Releitura de Uma Existência é a leitura da minha vida. Um passado que ainda está presente. Sempre tive uma verve esotérica cada vez mais presente na minha obra. Minhas mandalas são resultado disso e os geométricos são imagens inconscientes de raios. Algo em torno de Saint-Germain ou mestres ascencionados “. lembrou Thereza, que teve painéis de grandes formatos expostos em cenários de inúmeras novelas televisivas.

SERVIÇO:

EXPOSIÇÃO "RELEITURA DE UMA EXISTÊNCIA"

Visitação: Até 09 de novembro de 2009

Horário: Segunda a sexta-feira (das 9 às 17h)

Local: Sala José Cândido de Carvalho.

Rua Presidente Pedreira, 98 . Ingá . Niterói

Tel.: 2621 – 5050 (ramal 209)

GRATUITO

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fracis Hime lança novo CD pela Biscoito Fino

Aos 70 anos completados em agosto, 40 anos de carreira, Francis Hime (também marido de Olivia Hime) aparece com novo CD, duplo e luxuoso, chamado 'O tempo das palavras... Imagem', lançado pela Biscoito Fino. O lançamento traz parcerias com Joyce Moreno (a bacana 'Adrenalina', que abre o CD), Geraldo Carneiro (parceiro em seis composições), Edu Lobo, Paulinho Pinheiro e Paulinho Moska. Monica Salmaso canta em 'Maré', parceria dele com sua esposa.

O primeiro CD, que traz 12 novas músicas, mantêm a elegância e a classe da obra do Francis Hime de sempre. A construção melódica rebuscada de 'Maré' chama a atenção e é emoldurada por um piano melancólico e estiloso, cabendo perfeitamente com a voz da convidada Mônica Salmaso. Já 'Para Baden e Vinicius' é um sambinha meio jazzy com letra otimista em homenagem aos grandes músicos. 'Radio Cabeça' fala de música dentro do cérebro, como se fosse uma rádio, com arranjo bem brasileiro, "com sambas, calangos, tangos, bossa-nova e jazz".

Em "Amor Perdido" Francis Hime conquista os corações românticos e é uma ode ao amor que se foi. A belíssima letra fala em "Como inventar a minha arquitetura, sem o teu céu acima do meu sol?" O álbum segue com "O Tempo e a Rosa", "Há Controvérsias", "Estrela da Manhã", "Eterno Retorno" e "O Tempo das Palavras", esta última muito boa e que, embora não seja, parece parceria com Chico Buarque, mas é poesia de Geraldo Carneiro.

Já no segundo CD, apenas de piano solo, o primeiro da carreira dele neste formato, Hime contempla as trilhas de cinema por ele compostas. São originais dos longas-metragens 'Dona flor e seus dois maridos', 'O homem que comprou o mundo, 'A Estrela Sobe', 'O Home Célebre', 'A Noiva da Cidade', 'Lição de Amor', 'Marcados para Morrer' e 'Marília e Marina'. São 25 temas que marcaram o cinema nacional das últimas décadas. Francis Hime conversou com a gente. Abaixo, em cinco perguntas.

Leonardo Rivera - Como surgiu a idéia do disco duplo, sendo o instrumental o seu primeiro de piano solo em tantos anos de carreira?

Francis Hime - Surgiu através de um papo com Tarik de Souza, que é o curador da caixa que íamos fazer este ano, mas ficou para o ano que vem, comemorando meus 70 anos. Eu tinha idéia de fazer um CD de inéditas, mas Tárik sugeriu um disco com as trilhas que compus. Pensei que ia ser complicado por causa das orquestrações, mas tive a idéia de revisitar minhas partituras - e fazê-las em piano solo. Muitos dos filmes eu nem revi, outros viraram clássicos, como Dona Flor. Acabei gravando mais do que eu poderia, utilizei o tempo máximo da mídia, são 25 temas. Fui fazendo em meses, sem pressa ou prazo, eventualmente ele sairia na caixa, mas resolvi acoplar o Cd de inéditas com este piano solo das trilhas. Sempre fui muito ligado à musica de cinema, estudei trilhas na década de 60 nos EUA.

LR - Tem planos de fazer alguma trilha de cinema nos dias de hoje?

FH - Semana que vem tenho um encontro com o Zelito Viana, ele me convidou para fazer a trilha de um documentário. Luis Fernando Goulart está definindo um roteiro e está pensando... eu gosto muito de trabalhar em cinema, é um trabalho em equipe, temos que ser conduzidos pelo grande maestro que é o diretor, podemos conduzir o espectador... oferece muitas alternativas, uma cena pode funcionar melhor com música e outra sem, é dinâmico e prazeroso. A gente fica pensando no publico, em como chegar nas pessoas.

LR - Você ainda acredita no formato físico do CD?

FH - O CD hoje se transformou num cartão de visitas. O formato realmente mudou muito, temos a internet e devemos saber como usar para chegar ao publico. O que interessa é isso. Não é que o artista vá compor sob esta pressão, mas quando se compõe, se quer transmitir o sentimento ao outro. Mais e mais se valoriza contato físico, em shows, apresentações, isso que é valorizado. É o paradoxo, pois na época moderna temos a comunicação multiplicada, mas precisa-se do contato físico e imediato com as pessoas.

LR - Ter sua esposa como diretora artística interferiu em alguma coisa no seu trabalho?

FH - A Biscoito Fino surgiu para ser benéfica, e o é para mim e para vários artistas. Tem uma visão voltada para o que o artista pensa, os colegas expõem seus projetos, e estes são encaminhados com o viés do artista. Isso é fundamental no sentido de valorizar a criação. Comecei a trabalhar mais, fazer mais discos, eu ficava lá no piano no fim de semana, gravando, experimentando, pesquisando as trilhas. Incentivou muito positivamente.

LR - Geraldo Carneiro é seu parceiro mais constante? São 6 parcerias com ele!

FH - Ele é meu parceiro mais constante nesses últimos anos e o formato de nossa parceria é em 90% de canções criadas para poemas dele, que eu pego e faço música. Ele manda as letras por email, gosto de dormir tarde, fico na madrugada musicando. Ele está numa fase esplêndida de criação, e se indagava se ainda valia à pena fazer canções, se elas são menos gravadas e tocadas hoje em dia. E eu dizia "Precisamos nos expressar, senão a gente morre. Nossa vida é nossa expressão". E Geraldinho é cada vez mais ativo, ele lança segunda-feira um disco-livro para crianças, no Planetário. Eu vou lá cantar!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Perfil - Mayrton Bahia

Ex-diretor de diversas multinacionais do disco, responsável por grandes obras da MPB e do Rock Brasil (incluindo a produção dos cinco principais álbuns da Legião Urbana), MAYRTON BAHIA é um produtor sem comparação. Por isso, aqui está o PERFIL deste que é um mestre das ondas sonoras!



Nome: Mayrton Bahia

Idade: 55 anos

Natural de: Niterói - RJ

Profissão: Produtor musical e Professor Universitário

Religião: Não tenho.

Há quantos anos (ou quantos anos morou) em Niterói? Desde que nasci

Qual bairro (ou quais bairros) você morou? Icaraí, Piratininga e Itaipú

Qual ponto turístico mais importante da cidade? O MAC (museu na Boa Viagem)

Qual a Personalidade da Cidade que mais lhe interessa? Os músicos

Qual a praia que mais marcou sua vida? Icaraí

O que realizaria na cidade se tiver o "poder" por um dia? Faria valer o código de posturas públicas e investiria com toda prioridade na educão.

Que atitude mudaria para melhor sua vida em Niterói? Um investimento pesado na educação e na cultura, de forma a contemplar todas as classes sociais da cidade.

Música preferida? Que país é esse (Legião Urbana)

Filme preferido? Um filme que venho elaborando nos meus momentos de silêncio e que pretendo realizar um dia.

Livro preferido? Como a picaretagem conquistou o mundo – Francis Wheen

Onde comer em Niterói? Verdejante – Itaipu

Onde beber em Niterói? Qualquer lugar com amigos

Melhor cantor da cidade? Dalto

Melhor cantora da cidade? Chiara Santoro

Melhor ator da cidade? Leandro Hassun

Melhor atriz da cidade? Samantha Schmütz

Quais seus projetos para 2009? Lançar o CD que eu produzi, do meu irmão Marcio Bahia (baterista e percussionista)

O que é ser feliz para você? Ter saúde e coragem para me comprometer com os sonhos e realizar o que for possível.

Você gosta da TV nos dias de hoje? Assisto alguns programas. Pena que o que estão chamando de interatividade da TV digital seja apenas mais possibilidades de escolha do que já vem pronto e formatado, é uma subutilização da tecnologia. Gostaria realmente de interferir e co-criar com a programação oferecida, esse é que é o conceito real de interatividade.

O que a música mais precisa no Brasil? De artistas que acreditem mais na sua própria forma de expressão do que em estereótipos e estratégias marketeiras

Qual projeto de música contemporânea na cidade você citaria como referência na atualidade? O evento anual de música instrumental, produzido por Arthur Maia

Sua última mensagem para o leitor: A partir dos anos 1990 entramos na era do Marketing, atualmente estamos vivendo na era da Farsa! Ser original não significa fazer o que ninguém nunca fez, apenas seja você mesmo, preservando a ética e o respeito.



Testemunhas do fim de uma Era

  Estamos assistindo ao fim de uma geração que não tem substitutos à altura Vi um comentário do jornalista e crítico Mauro Ferreira (G1) ...