Jornalista, produtor, sambista e bonachão, Mário Dias deixa saudades até hoje em seus coleguinhas
O sol saiu e, às 11 horas deste domingo (18), o saudoso jornalista, produtor cultural, sambista e grande amigo dos amigos -- Mário Dias -- esteve mais uma vez presente entre nós. Senão de corpo, certamente de espírito. É que a Prefeitura de Niterói inaugurou a Rua Jornalista Mario Dias, em frente à praça José Bedran, esquina da rua Miguel de Frias. Nem é preciso dizer que grandes nomes do jornalismo, da política e figurinhas carimbadas da cidade passaram por lá.
Minha história com Mário Dias remete a um dos aniversários do mestre de A Tribuna, Jourdan Amóra (também presente na cerimônia de descerramento da placa). Por três épocas distintas (anos 90, 2000 e 2010) fui funcionário de Jourdan, e convidado para seu tradicional churrasco de aniversário em Araruama. Após uma das festanças, Mário Dias me deu uma carona e me contou o seguinte:
-- Léo, você sabe quem é o melhor amigo do homem, não é|?
Eu respondi:
-- Não, Mário. Que eu saiba é o cachorro o melhor amigo do homem!
Ele falou:
-- Engano seu. O melhor amigo do homem é o cachorro engarrafado --, e começou a rir, perguntando se eu não queria uma dose de whisky.
Este era o Mário Dias, gonçalense de batismo, niteroiense de coração. Sempre visto em todas as festividades de carnaval da cidade. Também foi criador e editor do Jornal Casa da Gente, depois de sua subida para o andar de cima aos 78 anos (2021), levado adiante pela sua filha, Luana, que hoje mora na Europa. Outra lembrança que sempre me vem é sua luta incessante para desvendar o mistério das máscaras de chumbo, atribuído à ETs e discos voadores, caso policial que aconteceu na década de 60, no Morro do Vintém, atrás do Hospital Antônio Pedro. Esse assunto rendia, tanto com ele quanto com o saudoso Zaluar, numa época em que eu tinha por volta de 16 anos e já escrevia nos jornais locais.
Antes de mais nada, Mário Dias foi um cara bacana, daqueles que faz muita falta e deixa saudade. Na ocasião, foi representado pelo seu filho Mário José, além de vários amigos. O Prefeito de Niterói, Axel Grael, esteve presente e retirou a bandeira do seu time de futebol, Botafogo, que cobria a placa. Também esteve por lá o vice-prefeito Paulo Bagueira, colega de samba e carnaval de Mário Dias; e a querida Dayse Monassa. Além de Jourdan Amóra -- que, aliás, foi quem me apresentou ao Mário Dias e à Luana, sua filha -- estiveram por lá jornalistas do calibre de Márcia Demézio, Mario Caria Filho, Sandra Duarte, Renato Guima, Mauricio Alcaraz, Eduardo Junqueira e o global Otávio Guedes -- conhecido por ser de Niterói.
Como nessas cerimônias políticas e populares nem tudo é perfeito, constatamos a presença de jornalistas e funcionários da prefeitura notadamente simpatizantes de ideologias bolsonaristas -- o que é de total incoerência. Também um ou outro profissional arrogante e desqualificado, seja ligado à Imprensa ou seja do quadro da Prefeitura, não apagaram o brilho da estrela eterna de Mário Dias. Afinal, como bom assessor de imprensa e produtor, Mário Dias abraçava a todos. Sempre com um largo sorriso no rosto e um copinho de cerveja na mão. Parabéns à Prefeitura de Niterói pela justa homenagem.
Prefeito Axel Grael, dando entrevistas aos jornalistas presentes no local